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25 de Abril de 2024
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    Tecnologia do IAC aprimora cultura da batata na China

    há 15 anos

    Quando se fala em China, pensa-se logo em grande quantidade e em enormes proporções. Essa é uma verdade para quase tudo naquele país. A área de cultivo de batata, por exemplo, é de 4,5 milhões de hectares, enquanto o Brasil tem cerca de 150 mil hectares. Mas a produtividade da bataticultura chinesa é baixa - média de 15 toneladas por hectare. Em lavouras brasileiras, esse número pode variar de 20 a 50 toneladas por hectare. Uma das razões para o baixo rendimento da cultura na China é a ocorrência de doenças, entre as quais as viroses na semente (tubérculo ou batata-semente).

    Com esse desempenho e sem possibilidade de expandir a área cultivada, a China busca soluções tecnológicas. Nesse cenário, o Estado de São Paulo tem uma resposta: tecnologia desenvolvida em Campinas foi levada à China para incrementar a produção da cultura. O feito é do Instituto Agronômico (IAC), da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

    A tecnologia IAC de produção de broto/batata-semente livre de vírus chegará ao país asiático inicialmente na região chamada Mongólia Interior, importante produtora de batata. A parceria de cooperação técnica está sendo firmada com o Agricultural Research Institute, da cidade de Hulunbeir, onde o pesquisador do IAC, José Alberto Caram de Souza Dias, a expôs em setembro do ano passado.

    O acordo prevê, de forma inédita entre os países, o envio de brotos normalmente destacados de lotes de tubérculo/batata-semente, livres de vírus, para a China. A primeira remessa do material deverá ser feita tão logo esteja concluído o trâmite de documentos, incluindo a autorização de entrada dos brotos no país. Trata-se de etapa experimental, visando à adaptação da tecnologia paulista à bataticultura chinesa.

    De acordo com o pesquisador do IAC, diferentemente do broto os tubérculos usados no sistema convencional carregam resíduo de solo na epiderme e, portanto, podem ser disseminadores de doenças à batata e outras culturas de países importadores. "A sanidade exigida no mercado global está nessa tecnologia IAC", afirma Caram.

    Baixo custo - O projeto de transferência da tecnologia paulista para a China tem previsão de duração de três a cinco anos. "Espera-se que o sucesso desse projeto leve os produtores brasileiros a dominar a tecnologia de produção e manipulação de brotos, inaugurando no mundo da bataticultura um mercado inédito: o da exportação do broto/batata-semente", informa Caram.

    A técnica está sendo patenteada e atrai pelo baixo custo de sua instalação (já que aproveita material que seria descartado) e pela sanidade dos brotos, que garantem aumento da produtividade. Essa nova forma de obter batata-semente livre de vírus conquistou os pesquisadores da China, onde o mercado de batata-semente de qualidade é ainda incipiente.

    Segundo Caram, os pesquisadores chineses demonstraram grande interesse em iniciar a parceria de avaliação da tecnologia IAC do broto-batata-semente. A tecnologia reduz o volume do material exportado - no modo convencional exporta-se a batata toda, enquanto no sistema IAC embarcam-se apenas os brotos. Com isso, cai o custo com o transporte, já que o peso do broto (de 0,7 a 1 grama) é de 10 a 12 vezes inferior ao do tubérculo.

    No Brasil, a tecnologia IAC de broto/batata-semente alcança outros Estados. Além de produtores paulistas de Limeira, Sumaré e Itapetininga, Paraíba e Pernambuco já conheceram o sistema livre de vírus e devem adotá-lo. A tecnologia torna viável o reaproveitamento de brotos importados que iriam para o lixo, gera alternativa de renda para o produtor e beneficia a balança comercial do Brasil, pois viabiliza a redução da importação.

    Carla Gomes, do IAC

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