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20 de Abril de 2024
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    Movimento no Porto de São Sebastião cresce 38%

    há 16 anos

    Nos próximos quatro anos, uma injeção de R$ 5 bilhões deve potencializar e dinamizar o Porto de São Sebastião. O pacote inclui intervenções no porto, obras associadas, dutovia e uma rodovia. Somente no porto propriamente dito serão aplicados entre R$ 1,5 e R$ 1,7 bilhão. A projeção é da Companhia Docas - responsável pela administração do porto, que já colhe os primeiros resultados dos investimentos na infra-estrutura do local, feitos no último ano: o movimento nos primeiros oito meses deste ano cresceu 38% em relação ao mesmo período do ano passado.

    Ao longo de agosto, o movimento chegou a 138 mil toneladas. A idéia é que São Sebastião se torne a principal plataforma de escoamento do etanol brasileiro; plataforma logística na exploração das novas descobertas do campo de Tupi e do gás no campo do Mexilhão e ainda sirva como alternativa no Estado sobretudo para cargas do Vale do Paraíba e interior paulista, desafogando o gargalo do sistema portuário brasileiro.

    A expectativa é que a injeção de recursos dinamize e dê novo fôlego ao septuagenário São Sebastião, ampliando sua capacidade de 1 milhão de toneladas por ano para até 25 milhões após os investimentos.

    Para isso, o governo estadual elaborou um plano de desenvolvimento ambicioso. Segundo o projeto da Companhia Docas, pelo menos R$ 3 bilhões devem ser aplicados na construção de uma rodovia com 25 quilômetros de extensão entre Caraguatatuba e São Sebastião. A rodovia, prevista para ser concedida, facilitará o acesso dos caminhões ao porto. “O projeto relacionado ao acesso do porto foi pensado de maneira estratégica, sobretudo, para evitar filas de caminhões como se verifica em outros portos do país”, diz o presidente da Companhia Docas, Frederico Bussinger. A rodovia será essencial ainda para por fim ao transtorno provocado pelos caminhões aos moradores que hoje cortam as ruas da cidade de São Sebastião.

    Mais R$ 880 milhões serão aplicados no projeto de construção de um duto entre São Sebastião e Paulínia com extensão de 253 quilômetros. Com isso, o porto terá capacidade de armazenar até 200 mil metros cúbicos em granéis líquidos. O canal será essencial para escoamento do etanol brasileiro rumo aos países da Europa. Os números reforçam a importância da dutovia. Dados de uma pesquisa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que o Brasil deve exportar 6,1 bilhões de litros de etanol em 2011, crescimento de 72,85% sobre as exportações de 2007.

    No ano passado, as exportações brasileiras somaram 3,53 bilhões de litros de etanol. Em 2008, deve haver um incremento de 18,21% nas exportações, com 4,17 bilhões de litros. São Paulo produziu 11 bilhões de litros em 2007, 60% de toda produção nacional. “Estamos pensando a dutovia para o etanol e o nosso projeto prevê o duto passando pela Tamoios, Dom Pedro até Campinas chegando a Paulínia e fazendo conexão com a Hidrovia Tiete Paraná. São Sebastião será determinante nesse processo”, reforça Bussinger.

    Melhoria da infra-estrutura

    O Plano estimou também recursos da ordem de R$ 1,6 bilhão para obras que irão elevar a infra-estrutura do porto como a construção de quatro berços para container, área de atendimento das atividades de “off shore”, novo ponto para a travessia das balsas que ligam São Sebastião a Ilha Bella, museu do mar, parque de lazer, novo terminal de passageiros para receber cruzeiros e um centro de convenções.

    Uma amostra da nova fase do porto de São Sebastião pode ser demonstrada com o número de contratações de trabalhadores que aumentou mais de 100%. Há um ano, eram 200 trabalhadores no cais. Hoje, com 22 empresas atuando na área do Porto, eles somam 550. Um dos exemplos é a Dedini Indústrias de Base que mantém funcionários em São Sebastião encarregados da montagem final de tanques de aço inox auto refrigerado. “Uma parte do porto virou uma área semi-industrial. Os tanques dali mesmo serão exportados”, ilustra Bussinger.

    De acordo com ele, a demolição de armazéns e a dragagem de 100 mil metros cúbicos de areia tornaram São Sebastião ainda mais atrativo como ponto de logística. “Quando assumimos tínhamos locais com dois metros de profundidade. Hoje, está tudo com sete metros. O ideal é que chegue a oito metros”, frisa. Outra cartada foi melhorar a iluminação, o que permitiu que as atividades se estendessem para o horário noturno. “Tomamos uma série de providencias para maximizar o uso da estrutura existente”, complementa Bussinger.

    O plano de desenvolvimento do Porto de São Sebastião foi apresentado ao Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente) e aguarda liberação do termo de referência. A partir daí, a próxima etapa é elaborar o Eia-Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental).

    Plataforma de apóio do Projeto Mexilhão

    O cenário também ganhou novos ares com o Projeto Mexilhão - gasoduto que ligará a plataforma de Mexilhão, cerca de 140 quilômetros mar adentro, até a Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato, em Caraguatatuba. Desta forma, o Porto de São Sebastião se consolida como plataforma de apoio logístico nos projetos de cenário de petróleo e gás da região.

    O gasoduto, com diâmetro de 34 polegadas vem sendo instalado a 20 quilômetros da costa do mar em Caraguatatuba em profundidades que oscilam entre 20 e 172 metros.

    Hoje, os principais produtos de importação do Porto são a barrilha, sulfato de sódio, malte, cevada, trigo, produtos siderúrgicos, máquinas e equipamentos, bobinas de fio de aço e cargas gerais. No caso das exportações, os principais produtos são peças, máquinas e equipamentos, virtualhas, produtos siderúrgicos e cargas gerais. O porto também é o principal portão de saída dos veículos exportados para países do Mercosul para o México. Somente neste ano, foram 5,6 mil veículos que deixaram o Brasil rumo ao mercado internacional.

    Cleber Mata

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